sexta-feira, 21 de junho de 2019

O desmembramento de um corpo dentro de um consulado: a brutal morte de Jamal Klashoggi




O que fazer quando um jornalista árabe residente na Turquia comparece a embaixada de seu país para obter documentos para um casamento e de lá não mais retorna, sabendo-se que foi assassinado com fortes provas de que sua morte foi uma encomenda política? 

Isso ocorreu em 02 de outubro de 2018, em Istambul, na Turquia, vitimando o jornalista Jamal Klashoggi, que teria sido morto com uma injeção letal e posteriormente teve o corpo desmembrado.

No último dia 19 de junho a ONU, por intermédio de seu Conselho de Direitos Humanos, sob o comando de Agnès Callamard, publicou um dossiê sobre o assunto, responsabilizando o Estado da Arábia Saudita sobre o crime, inclusive suspeitas de participação do Príncipe herdeiro Mohammed Ben Salman (MBS).

Khashoggi era um crítico contumaz do autoritarismo de MBS no seu privilegiado espaço no Washington Post. 

Ao que consta, 15 pessoas estariam envolvidas no assassinato premeditado, inclusive um médico legista (Salah Al-Tubaigy) e um conselheiro de MBS chamado Saoud Al-Qahtani. O primeiro está sendo investigado; o segundo não.

Somente em 15 de outubro a Polícia Turca conseguiu periciar o local do crime. O Cônsul Árabe na Turquia deixou o país no dia 16 de outubro sem consequência. 

A investigação conduzida pelos Árabes é obviamente sem credibilidade. 

Houve gravações do serviço secreto turco dentro do Consulado que permitiram desvendar o crime. 

A Comunidade Internacional não fará nada a respeito? Os interesses comerciais do petróleo valem mais do que o esquartejamento de um jornalista dentro de um espaço oficial consular? 

sábado, 8 de junho de 2019

Adeus ao mestre do heavy-melódico brasileiro: André Matos




"There's nowhere else to be. And no place to return.[...] At times my conscience speaks, but now it's more and more. The day i'm waiting for..." Rio (Time do be Free). André Matos/Hugo Mariutti
 
O dia 08 de junho de 2019 (um raro sábado no outono quase inverno de Curitiba) marca a morte e a despedida de um dos maiores e mais talentosos músicos brasileiros de todos os tempos. Um dia triste.

A morte prematura aos 47 anos do precioso André Matos deixa um vazio nos seus fãs do Viper, Shaman e, sobretudo, do Angra, uma das maiores e melhores bandas brasileiras.

Todos seus fãs ainda esperavam vê-lo no palco do Angra, de novo, como ele vez com o Viper há não muito tempo.

Aos 13 anos, André já tinha uma promissora carreira iniciando com o Viper. De 1993 a 2000 fundou e fez a maior e mais estupenda fase do Angra. Depois veio o Sha(a)man e, enfim, a carreira "solo" (escrevo em aspas porque qualquer banda que tinha André Matos no seu quadro sabia o quanto ele brilhava sozinho, como sol, não só para ele, mas para todo o conjunto).

O virtuosismo de André Matos sempre foi reconhecido nacional e mundialmente.

Ter vendido mais de um milhão de cópias e ter desfrutado de sucesso mundial não é suficiente para descrever a dimensão da sua grandeza musical. Será preciso muito mais para fazer jus a sua biografia.

O seu extraordinário talento e capacidade nos fará muita falta. 

Para além de ser um músico diferenciado, especialmente porque sempre foi focado em aprimorar seus estudos (bacharel em regência orquestral e musical com muitos estudos de canto), também era muitas outras coisas "do humano" como algo definitivamente não lhe era alheio. Corinthiano, pai do Adrian, falava seis idiomas e também era preocupado com o meio ambiente e com a causa animal. Isso e muito mais. 

O Bar Opinião foi um dos lugares que pude vê-lo brilhar no palco, sempre fazendo a diferença.

Agora é só tempo de memória. Infelizmente, é dia de dar Adeus ao Maestro do heavy-melódico brasileiro.

Se duvidar, o céu está lhe ouvindo cantar, afinado como só ele, Carry On, Wuthering Heights, Reaching Horizons e muito mais. 

Como ensina Reaching Horizons, “i don’t blame the fate but it’s too hard to face the truth (...) the same horizons but in different lands”.