sábado, 28 de julho de 2012

Marcuse sem ponto final




De um lado a capacidade de reagir, de dizer não à cultura puramente afirmativa, oca e desprovida de base, própria de um tempo sem identidade. 

De outro,  a necessidade de fugir da alienação irritante do que está posto e dado para flertar no caminho prospectivo e florido das potencialidades.

Preservar, enfim,  o cuidado labiríntico para que o indivíduo não se dilua no pó sedante da massificada indústria cultural e possa manter seu universo de fantasia.

Democracia e revolução em meio à reflexão: ingredientes capazes de permitir a construção de uma civilização relativamente livre do rastro cego da unidimensionalidade, das falsas necessidades da sociedade hipertecnológica, verdadeira prisão sem grades.

Welfare ou Warfare? Prazer e realidade? Princípios e Contradições.

De certeza, a convicção de que a  economia e suas trocas banais não bastam...assim como de nada serve a crítica desacompanhada da práxis transformadora. 

Na pauta permanente continua em debate o  indivíduo e seu papel de mudança social...

Fugir da alienação para  mergulhar na realidade na busca desesperada uma nova sensibilidade capaz de acordar e abrir olhos (e antolhos) para fazer ver no capitalismo a “catástrofe da essência humana”.

Eis o desafio da “filosofia concreta” e da vida autêntica...

Que o tempo tenha cor e cheiro de 1968...que a energia utópica circule sem freios ou drenos. A Teoria Crítica e a Escola de Frankfurt, por uma de suas vozes, ainda tem muito a dizer...

Simplesmente Marcuse...sem ponto final