segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015

Bella ciao partigiani di Grécia!


Una mattina, mi son svegliato
O bella ciao, bella ciao, bella ciao ciao ciao
Una mattina mi son svegliato
E ho trovato l’invasor
(Bella Ciao)
Eis que chegou a manhã em que a  histórica Grécia, politizada e atordoada pelo desemprego, acordou, descobriu o invasor e tomou uma medida para sair do sepulcro do endividamento na qual se encontra afundada desde 2007.
O terrorismo financeiro, do qual pouco se fala e que, ao contrário do que se pensa, custa muitas vidas, saiu francamente derrotado, pelo menos em solo grego.
A Troika composta pela Comissão Europeia, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional foi confrontada e há de sentir o golpe, salvo se estiver disposta a mudar o rumo.
A vitória consistente da extrema-esquerda de Alexis Tsipras é um soco no totalitarismo de uma política opressora de austeridade econômica que sufoca a Europa Meridional, gerando desemprego e desinteresse pelas questões sociais (30% dos gregos estão em condição de miséria e o desemprego entre os jovens de 16 a 25 anos atinge 50%).
Que a inteligência e juventude dos 40 anos de Tsipras carreguem a aposta na política como legítima oportunidade de transformação, como o melhor caminho democrático para mudar as desigualdades geradas no contexto de um espaço monetário comum recheado de diferenças e que produz fortes cada vez mais fortes e fracos cada vez mais fracos.
Mesmo a aliança com um partido conservador (Gregos independentes) e a noticiada intenção de permanecer na União Europeia não podem tirar o ânimo de uma vitória maiúscula, pautada pela esperança de dias melhores.
Uma boa mostra está nos critérios técnicos para composição da equipe de governo. Varoufakis vale por um time inteiro. Antes dos banqueiros, está preocupado com os problemas e as necessidades da população.
O perdão ou revisão da dívida é apenas o começo...o salário-mínimo já passou para R$ 751 euros, anuncia-se uma reforma tributária capaz de apanhar os mais favorecidos economicamente e fala-se em redução e fim de privatizações.
Tempos esperançosos na Europa para um Welfare State que precisa ressurgir e mostrar que sua ética civilizatória não é só mera retórica. Do contrário é a continuidade de um presente que já soa como tragédia…a começar pela Grécia.



Nenhum comentário:

Postar um comentário

Dê a sua tesourada, faça o seu comentário: