sábado, 14 de fevereiro de 2009

O mundo e suas trocas civilizatórias (im) possíveis


Entre significar “algo” ou percorrer “ciclo do nada”, que leitura se pode fazer do mundo e seus marcos civilizatórios?
A delirante e racional busca de sentido se justifica ou tudo não passa de ilusão, pois a incerteza é a verdadeira e implacável regra do jogo?
Segundo o filósofo francês JEAN BAUDRILLARD, “não existe equivalência para o mundo (...) não há verificação possível do mundo – e por isso que a ‘realidade’ é uma impostura (...)”, afinal, nem tudo deve passar pelo “tratamento homeopático do mundo pelo princípio único da realidade”.
EMIL CIORAN, filósofo romeno radicado em solo francês, no seu agnosticismo, foi categórico ao entender que “se a vida tem um sentido, então, somos todos fracassados”. Será melhor embarcar no “pessimismo” e perder a esperança ou ainda podemos sonhar com um sentido para humanidade? (qual?)
Por mais que queiramos identidade (BAUMANN), será que temos sabedoria e tolerância de respeitar a diversidade e compreender a existência de assuntos insolúveis, efetivas e inexoráveis “trocas impossíveis” (BAUDRILLARD)?
Por maior que seja o desejo de “sistema”, do desenvolvimento linear e “limpo” de cada coisa no seu lugar e com um sentido, ser feliz e (sobre) viver no mundo de hoje talvez passe (ou mesmo exija) aceitação da desordem e, sobretudo, originalidade de um pensamento cada vez mais delirante.
Talvez o desafio do “sentipensar” (WARAT) e o “charme da singularidade” (BAUDRILLARD) sejam as melhores armas para desafiar o terreno flácido e líquido (BAUMANN) das mais gélidas e angustiantes incertezas civilizatórias...
Atualizando o contexto, examinando flagelos recentes, a maior incerteza atual pode estar em fazer conviver a universalidade dos direitos humanos com o duelo Ocidente-Oriente nas suas incertas “trocas (im) possíveis”...

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